segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Crueldade ou hipocrisia??


Eu seria uma boa pessoa, se a minha natureza não fosse tão cruel. Talvez algum leitor presunçoso nesse momento lance um risinho triunfal, acreditando que me desvendou. Desculpe, caro leitor, quebrar assim tal sentimento, mas aqui não há nenhuma desculpa, nenhuma explicação , e nenhuma tentativa de desatar de mim a minha culpa. Ao contrário, há a contastação do fato, que por si só , já me faz mais embaraçado que qualquer peça, ou sorriso malicioso, ou julgamento equivocado que um de vocês possa vir a me pregar. Porém como farei para que qualquer tentativa de mover-me da minha crueldade não termine me transformando em pura hipocrisia? Há tantos homens abstratos que moldam quem são, eles próprios ou outros, e saem pelo mundo como se tivessem saído de livros, sejam eles de filosófia, direito, romances ou a revista caras, playboy, contigo. Eu queria ser um homem abstrato, que acredita francamente numa idéia que nunca sente, mas eu tenho um corpo, e meu corpo, por si só, tornou a mim impossível tal tarefa, seja pela rígidez dos sentidos, ou pela cor da pele, ou por essa dor nas costas que não me larga. Sendo Assim, desde que tomei consciência da minha própria farsa, não tenho mais crença sincera. Ao cair de toda noite sinto alfinetadas, desconfio, não durmo mais tranqüilo.

2 comentários:

Elise disse...

Eu também descobri a minha própria farsa, vc deve ter percebido no sábado. Não conseguir dormir tranquilo por causa das alfinetadas é algo incômodo. Mas é melhor do que dormir tranquilo sendo um hipócrita idiota, concorda?
Bjinhos, gostei do blog!!

Elise disse...
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