Continuei meu caminho, segui para a integração com o metrô, eles estavam lá, em número de mais sete, eram tantos que até contei, passei rápido, eles me olharam, mas meu andar firme não deu nem chance pra eles.
Agora cheguei ao Tietê, eles nunca estão lá. Erro meu! Logo na saída em número extraordinário, haviam seis, eu sábia que ia acontecer, mas não aconteceu.
Exceto pelo dois que eu não havia visto.
- Você e você encosta na parede.
Eu não havia percebido que eu era um dos vocês.
Ele chamou de novo, eu olhei.
- É você mesmo.
Eu sábia que ia acontecer, desda da hora que vi a concentração deles, o número excepcional que me deixava intrigado.
Encostei na parede, e pensei no horário do ônibus, eu tinha meia hora , então estava tudo bem, eu não ia precisar abrir caminho a força, não desta vez.
Quando um deles começou a me revistar, me veio de subido a cabeça a primeira piada sobre o rídiculo daquela situação. "Assim você me deixa excitado", dizer ou não dizer, não é claro que não, para que arrumar briga com eles...
-RG?
Entreguei. Fiquei aguardando a confirmação. Enquanto aguardava convercei com o outro. O outro parecia ser o bom da dupla.
-Você já vai ser liberado.
-Porque vocês estão em número tão grande por aqui, houve alguma ocorrência??
-Não, é procedimento de rotina no início de ano.
Pensei, é o primeiro ano desse procedimento de rotina então. Só pensei, silêncio de novo. Agora interrogatório.
-Para onde você está indo?
-Para São Carlos, eu estudo lá.
-E você mora onde?
-Eu moro em Mauá.
-Você estuda o que?
-Ciência da Computação.
-Você já usou alguma droga ilícita?
-Não.
-O que tem nessa mochila?
-Roupa.
Menti nessa! Ele olhou os bolsos, achou as revistas da turma da mônica que eu estava escondendo.
-Se eu abrir posso encontrar algo do qual não vou gostar?
-Só se você não gostar de ver as minhas cuecas.
Arrisquei o primeiro gracejo, é sempre arriscado, mas é uma maneira de mostrar que não estou assustado, e que não estou submisso.
Ele não riu, mas também não abriu a bolsa, acreditou em tudo que eu disse.
Obrigado pelo seu tempo, você está livre pra ir.
De nada.
Olhei o relógio, 15 minutos. O outro rapaz também foi liberado, pensaram que nós estavamos juntos, e de certa forma estávamos memo, estávamos juntos por alguns séculos de história.